Galápagos

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19 de maio de 2011

Cingapura 6 – a nação do Feng Shui – CBD + Marina Bay Sands + Asia Civilizations Museum

         Cingapura é uma cidade-estado-país em obras. Pode-se ver canteiros por toda a parte. Tudo está em constante transformação e ascensão.


         Tudo aqui é pensado a partir dos ensinamentos do feng shui para atrair sorte e fortuna.
         Um dos maiores shoppings aqui fica no coração do centro financeiro e se chama Suntec City. Lá se localiza a maior fonte do mundo, “Fountain of Wealth” ou fonte da fortuna.

         Dentro do complexo Suntec, há milhões de escritórios, lojas e restaurantes, quase todos com o manekineko na porta, o gatinho que atrai dinheiro.

         Todos os demais prédios do CBD também são ultra-modernos. Achei interessante o prédio novo que construíram para a Suprema Côrte, logo atrás do prédio antigo, que fica no “padang”, um gramadão de frente para o Singapore River. Esse prédio novo é em formato de disco voador, com vistas a passar para o público uma noção de modernidade e transparência do poder judiciário. Eu que adoro os e.t.’s e suas naves, amei a idéia. É bom pensar que a Justiça é mesmo melhor em outro planeta.
         Num passeio de barco anfíbio (Duck tour) que parte de Suntec City ou da roda gigante (Singapore Flyer), dá para ver a maioria dos prédios modernos de outra perspectiva. Aliás, a roda gira no sentido do centro financeiro, para que o dinheiro continue sempre a entrar.

(tem tipo um museu informativo antes de se entrar na roda propriamente dita - este globo em destaque mostra vistas da Terra de outra perspectiva - eu adoro balões!)

         O mais legal deles é o Marina Bay Sands, um complexo que envolve um hotel, um shopping e um cassino. São três torres gêmeas (ops) com uma plataforma em cima que mais parece um barco. Lá em cima é o Sky park, aonde fica a piscina e o restaurante Ku De Ta, que eu já mencionei no post Cingapura 2.


         Em cima do cassino, tem uma espécie de flor aberta (onde também funciona um museu de ciências), que muitos acham que é uma mão que segura o dinheiro, para que ele fique no cassino. Logo, quais as chances de ganhar aqui??? Eu que já não jogo mesmo, aqui então, me recusei... Há um outro dado interessante, que é o seguinte: estrangeiro não paga para entrar, mas cidadão de Cingapura paga uns US100 eu acho. Isso porque eles querem que somente o estrangeiro perca dinheiro, não os locais. Então, mais uma vez, quais as chances de ganhar aqui???

(o shopping do complexo Marina Bay Sands)

(e o hotel)

         Todas as construções envolvem mil e um números previamente calculados para atrair sorte numerológica (ex. – número de trabalhadores, número de vigas de aço, altura, peso, etc.).
         Quem não acredita em feng shui e numerologia devia visitar Cingapura, pois aqui deu certo. Eles são prósperos!
         Do outro lado do rio (em frente ao Marina Bay Sands), fica o Merlion, uma mistura de sereia (mermaid) com leão (lion). Como eu já expliquei antes, Cingapura significa cidade do leão e já foi Temasek, cidade marinha. O Merlion é um mix dos dois.

         Em frente a ele, fica o hotel Furlleton, que eu achei lindo e ao qual me referi também no post Cingapura 2.

(atrás da ponte, há duas construções arredondadas, que simbolizam os durians, que são frutas não muito bem vistas por aqui por terem um cheiro muito forte - há quem diga também que foram inspiradas em microfones)
         Na mesma área, pode-se visitar o Boat Quay e ainda o Asia Civilizations Museum. No dia em que eu lá estive, estava havendo uma espécie de festival comemorativo, então o museu montou um telão de cinema do lado de fora para uma “Movie Night”. Bem interessante a idéia! O filme era infantil, o que atraiu várias famílias com crianças.

(as duas fotos acima são do Boat Quay)


(olha só o telão para a sessão de cinema)
         O museu é lindo e faz um “briefing” sobre a Ásia e todos os povos que aqui habitam.
         Logo no começo da exposição, o foco é o Singapore River, onde se aprende a importância deste rio para a economia de Cingapura. Suas características e localização foram importantíssimas no sentido de transformar Cingapura num porto estratégico e movimentado.  
Todas as civilizações sempre dependeram e ainda dependem muito da água, da proximidade do mar e dos rios. Infelizmente, a humanidade não trata a água com o respeito que deveria. O Singapore River, assim como muitos outros mundo afora, se tornou uma montanha de lixo e poluição.      
         Felizmente, em 1977, um projeto governamental despoluiu o rio e removeu comércio e residências das suas margens. O legal é que isso ocorreu com rapidez sem aquela “lenga lenga” judicial, visando ao interesse público. Como já falei, o coletivo aqui é muito mais forte que o individual. Por isso, o país funciona.
         Ao longo do rio, pode-se ver vários avisos sobre a sua importância e pedindo que as pessoas não joguem lixo. Também encontra-se em construção a primeira reserva de água de Cingapura, pois atualmente toda a água potável vem da Malásia. Como há escassez, as pessoas valorizam.
(leia a placa)
         Também se aprende um pouco sobre o hinduísmo e o budismo e sua origem comum (vide meu post sobre Chinatown). Em seguida, fala-se do avanço do Islã em várias partes da Ásia, inclusive na Indonésia (previamente o reino javanês era hindu-budista), tendo Bali permanecido como um oásis hindu em meio à maior população muçulmana do mundo.

         Interessante notar que todas as religiões possuem pontos em comum e principalmente norteiam-se pela fé em Deus. O que muda são somente os rituais e crenças específicas, sendo totalmente estúpidas as guerras de religião. Até mesmo a religião muçulmana, olhada com muito preconceito, é pacífica, sendo a “jihad” uma luta do muçulmano contra seus próprios demônios/defeitos a caminho da evolução espiritual. Infelizmente, o radicalismo islâmico de alguns e a interpretação distorcida do alcorão traz tanta violência para o mundo.
         Há uma parte muito legal também que fala das práticas comuns ao hinduísmo, jainismo e budismo; tais como a yoga, a meditação, o jejum e o desapego; bem como a crença na reencarnação e no karma.
         Interessante notar como a ayurveda (medicina tradicional hindu), bem como as práticas da yoga, meditação e pranayama (técnicas de respiração) foram suplantadas pela medicina ocidental, mas agora estão voltando fortes como fonte de bem estar num mundo tão louco e atribulado como o nosso.


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