Galápagos

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19 de maio de 2011

Cingapura 5 – Arab Quarter

          Como já disse em outros posts, os bairros étnicos meio que se misturam em Cingapura, de modo que vi uma mesquita em plena Little India.
         Também é bem próximo do bairro hindu, o Mustafa Center, um shopping que vende de tudo no melhor estilo Saara e quase tudo falsificado ou de baixa qualidade.


         O Arab Quarter propriamente dito fica próximo à Little India e também à parte colonial antiga da cidade e nele se localiza a Mesquita do Sultão, a mais famosa.

         Para se chegar a ela, há umas ruas perpendiculares bem interessantes, todas como nomes de cidades árabes, como Kandahar e Bagdad. No meio, tem uma rua só de pedestres, aonde se pode ver as antigas “shophouses” de Cingapura. Estas são casinhas de dois andares, onde no primeiro andar se encontra o estabelecimento comercial familiar e no segundo a moradia da família dona do negócio.



         Uma dessas casinhas é um museu sobre brinquedos antigos, um lugar realmente lúdico.


         Essas “shophouses” também existem num local chamado Emerald Hill, uma rua em aclive perpendicular à Orchard Road. Fui lá num sábado à noite com os meus amigos e todos nós achamos que é o mais perto do Rio que se pode chegar, pois é um lugar cheio de bares com mesinhas na calçada e clima mais descontraído. É engraçado, pois fica ao lado da movimentada Orchard Road, que está muito mais para Tóquio do que para Rio.
         Voltando ao Arab Quarter, numa outra rua lateral, tem um centro de cultura malaia, que estava fechado para reforma. Deu para ver o prédio por fora, muito imponente, pois já foi um palácio.
         A mesquita fica bem no centro de tudo e para se entrar nela, é necessário vestir uma espécie de burka azul. Não basta uma roupa decente e uma echarpe para cobrir a cabeça. Respeito todas as religiões, mas, com o calor que faz em Cingapura, você acha que Deus liga pra isso? Na hora em que lá estive, estava havendo uma prece e não se admitem não-muçulmanos neste momento, principalmente mulheres. Vale dizer que mulheres e homens não podem rezar juntos.

                                          (o ritual de lavagem antes da reza)

(dá uma olhada nos "modelitos" azuis)

         Fiquei do lado de fora observando tudo, quando uma mulher totalmente coberta de preto, somente com os olhos de fora, percebeu meu olhar intrigado e, para espanto meu, veio falar comigo. Perguntou de onde eu era e se eu tinha gostado da mesquita. Não resisti e perguntei se ela não estava morrendo de calor naquela roupa. Ela disse que estava feliz na roupa, pois estava honrando Deus e o marido. É............. Nesse momento, apareceu o marido, de camiseta e calça jeans. É............... Bom, “jokes aside”, eles eram de Abu Dhabi, um dos emirados árabes e foram bem simpáticos, apesar das crenças mais radicais. Em todo país árabe considerado “holy land”, a situação é um pouco mais rígida, digamos assim. Pedi para tirar uma foto com a mulher, mas o marido somente deixou que ela posasse sozinha. Aí está a foto.

        
          Saindo do Arab Quarter, visitei ali bem pertinho o Singapore Art Museum, que estava abrigando uma parte da bienal. Não é um MOMA, mas é bem interessante. Eis algumas das obras:


(a sensação de profundidade é criada por dois espelhos - o objetivo do artista é transmitir a idéia de que o conhecimento é infinito)

(essa é uma instalação onde as lâmpadas constantemente batem e se afastam do vidro - a idéia é sobre como amor e dor coexistem num ritual eterno de aproximação e separação)

(essas asas foram feitas com sandálias de prisioneiros para simbolizar a esperança da liberdade) 

        

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