Galápagos

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17 de maio de 2011

Cingapura 3 - Little India

         Já tinha lido em outros blogs que Cingapura pode ser classificada como “Asia for beginners”, ou seja, Ásia para iniciantes, isto porque é limpa e organizada demais para os padrões asiáticos. Além disso, é rica e tem muito menos gente, conforme expliquei no primeiro post daqui.
         Então, para mim, que estou pisando na Ásia pela 2ª vez (sendo que minha 1ª foi na Turquia), é perfeito começar meu tour asiático por Cingapura.
         Tenho vontade de conhecer a Índia, mas tenho medo de ir pra lá. Não por segurança. É que acho que vou me sentir mal, meio deprimida, vendo tanta pobreza. Fico com muita pena das pessoas. Ver muito cachorro na rua, com fome, também acaba comigo. Fico desesperada levando comida pra dar pra eles. Fiz isso junto com uma amiga minha que também ama cachorro, no Egito. Também fiz isso no Deserto do Atacama, no Chile e outros lugares.
         Outro motivo que me desperta essa vontade de ver a Índia é a espiritualidade dos hindus, que acho incrível. Desde as escrituras védicas, passando pelo Bhagavad Gita, eles têm muito conhecimento, estranho à sociedade de consumo ocidental.
         Venho aprendendo sobre esse tema desde 2008, quando comecei a freqüentar os cursos de respiração e meditação, bem como os “satsangs” da Fundação Arte de Viver, além de ter lido vários livros do guru Sri Sri Ravi Shankar. Isso mudou a qualidade da minha vida! Quem tiver interesse, veja o site www.artedeviver.org.br or for english speaking people see www.artofliving.org

         Então, enquanto não crio coragem para visitar a Índia de verdade, estou visitando Little India em Cingapura, a experiência mais segura e menos traumática de Índia que se pode ter. Também irei, em seguida, a Bali, cuja maioria da população é hindu, mas isso vou falar mais para frente.

         Fui para Little India com uma amiga que mora aqui, mas que acabou de se mudar e também queria conhecer melhor cada bairro.
         A gente pegou um daqueles transportes “hop on hop off”, onde eles vendem também o Singapore Pass, que é um passe de transporte e para alguns museus pelo período de 1 a 4 dias (depende da escolha do cliente e varia o preço obviamente).
         Little India tem uma rua principal, mas é cheia de becos, não muito limpos, devo dizer. E dá uma certa sensação de bagunça, mesmo num lugar tão organizado como Cingapura.


         Dá para ver muitas lojas vendendo sáris (peça do vestuário indiano) e bijuterias, e ainda restaurantes de comida típica, mas principalmente os templos.
         Bem diferentes das igrejas cristãs, os templos hindus são bem coloridos, cheios de imagens de deuses e animais. O que mais se vê é o deus Ganesha, na figura de um elefante. Por ser um animal tão forte e robusto, crêem os hindus que Ganesha é o grande removedor de obstáculos, sendo bom tê-lo em casa para proteção e sorte.
(Sri Mariamman Temple)

                                                  (Sri Mariamman Temple)
         É curioso como os bairros foram crescendo aqui em Cingapura, pois pertinho de um templo, pode-se avistar um prédio moderno. Da mesma forma, os guetos étnicos foram se misturando, de modo que encontramos uma mesquita dentro de Little India.
(Abdul Gafoor Mosque)

         Num outro dia, voltei para visitar uma outra parte do bairro e me deparei com uma espécie de Saara hindu, um shopping calorento cheio de bugingangas. Também se vende muito por aqui flores para oferendas.
         Também tem uma rua lateral, perto do arco de entrada de Little India, cheia de casinhas coloridas e locais de medicina alternativa, como este logo abaixo.

         Segui andando pela rua principal até que me deparei no mesmo quarteirão com um templo hindu, uma taoísta (budista em estilo thai) e um budista em estilo chinês. Isso é que é diversidade cultural! O retrato de Cingapura!
                                              (Sri Srinivasa Perumal Temple - esse Ganesha não é fofo?)
(esse é o templo taoísta conhecido como Buddha Gaya ou "Temple of 1000 lights" - ele foi fundado por um monge tailandês e usado como refúgio na 2a Guerra Mundial durante a ocupação japonesa e ainda serviu como local de envio de mensagens secretas por prisioneiros de guerra ingleses)


(essas duas fotos acima são do templo budista em estilo chinês de nome Leong Sang See)
         Em todos esses templos, vale dizer que você tem que tirar os sapatos para entrar. Ás vezes, dá um certo nojinho, mas é a regra do jogo. Nos templos hindus, tem um local logo na entrada para lavar os pés. Mas, as pessoas não costumam lavar na saída, após terem andado descalças, mas sim na entrada, para entrarem limpas no templo. Nas mesquitas idem, sendo que os muçulmanos possuem um ritual todo especial para se lavarem antes da reza.
          Dá para ver que tem muito imigrante mais humilde por aqui, alguns estão em Cingapura para trabalhar e enviar dinheiro para suas famílias. Veja abaixo a fila do "money transfer".

(essas são as empregadas filipinas mencionadas no especial Cingapura do Globo Repórter - elas se reunem durante a folga quinzenal na subida da Mount Elizabeth, perto da Orchard Road)



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