Galápagos

Galápagos

10 de junho de 2011

Em breve, novos posts!!!

Para quem está acompanhando meu blog, em breve farei novos posts. Aonde estou agora, a internet é lenta e não consigo fazer o upload das fotos. Mas, logo logo, vou postar o restante sobre Bali e, ainda, Tailândia, Cambodia, Nova Zelândia e Polinésia Francesa. Até lá!!!

30 de maio de 2011

Bali 2 – Uluwatu, a Mecca do surfe

         Cheguei ao Blue Point Villas em Uluwatu de noite, pelo que só tive a minha primeira visão da praia na manhã do dia seguinte.

Uau!



Foi essa a minha reação! Mesmo estando acostumada com praias incríveis no Brasil e já tendo viajado muito pelo mundo, fiquei impressionada com Uluwatu. A vista de cima do penhasco é lindíssima, sem falar no clima “endless summer” que existe por aqui por causa das condições perfeitas para o surfe.
Quando a maré recua, formam-se piscinas entre as pedras, onde é muito legal ficar.


Uluwatu significa ponta rochosa e realmente é a ponta (o final) da península de Bukit em Bali, aonde se encontram a maior parte das praias ideais para o surfe.
         Interessante que aprendi num museu em Ubud, o Neka Museum, como o surfe veio parar em Bali.

         Um americano da Califórnia de nome Robert Koke veio para Bali com sua esposa Louise e juntos fundaram o primeiro hotel de Kuta Beach, o Kuta Beach Hotel, em 1936. Ele trabalhava no departamento de efeitos especiais da Metro-Goldwyn-Mayer e lá aprendeu as técnicas da fotografia “Black and White”. Ele fazia as fotos em seqüencia, como se fosse um filme. As fotos são lindas e realmente parecem vivas! Ao lado delas, pode-se ler que Robert, filmando no Havaí, aprendeu a surfar e trouxe as primeiras pranchas de surf para Bali, uma ilha de ondas perfeitas, mas onde ninguém conhecia o esporte até então.

         Na descida para a praia, tem vários barzinhos e lojas de surf wear, também alguns “shapers” e umas balinesas que ficam oferecendo massagens (elas falam “masazi” (sic).
Também há vários "vista points" para os fotógrafos de surfe poderem fotografar. As condições são meio improvisadas, com umas construções muito próximas ao mar. Mas, o clima descolado compensa. Engraçado é que aqui em Bali não é proibido construir perto do mar, onde tudo cresce meio desordenado, mas sim perto dos templos. Eles sim são sagrados para o povo de Bali.






         Bem ao lado do meu hotel, fica a escada de acesso à praia e, da piscina de borda infinita, dá para ver os surfistas no mar. A vista é incrível!







         Aqui no Blue Point também tem uma capela para casamentos, então vem muito oriental casar aqui. É engraçado porque eles vestem umas roupas super longas e arrumadas no maior calor. Enquanto isso, as pessoas estão de biquíni na piscina!



         O hotel também fica bem pertinho do templo local, o Pura Luhur Uluwatu (pura em balinês significa templo – em Cingapura, eles traduzem como cidade).


(essa imagem dispensa legenda!)



         O lugar é impressionante! Um templo lindíssimo no alto do penhasco e com muitos macacos. Tem um aviso na porta para tomar cuidado porque eles adoram roubar óculos e bonés. O problema é que muita gente os alimenta com bananas e, então, eles associam a presença humana a comida. Obviamente, não é bom alimentar animais selvagens, pois perturba a vida normal deles e muitos ficam sem saber como encontrar comida se não houver um humano por perto. Mas, dá para ver muita gente imbecil dando até biscoito. Um absurdo!

         No pôr-do-sol, o hotel oferece um shuttle para conhecer o templo e assistir a dança típica de nome Kekak & Fire Dance. É uma encenação do Ramayana, a luta do bem contra o mal.




                                   O legal é que o BEM VENCE no final!

22 de maio de 2011

Bali 1 – a ilha dos Deuses!!!

            No belíssimo “A arte de viajar”, Alain de Botton descreve quanto mistério e esperança estão contidos num “departure board” de um aeroporto. Ao visualizar tantos destinos diferentes, alguns exóticos, somos tomados em geral por uma sensação de excitação e curiosidade. Foi isso que aconteceu comigo quando, no aeroporto de Changi, em Cingapura, avistei meu vôo para Bali no “departure board”. Interessante notar também como os aeroportos, por se tratarem de locais transitórios, representam de fato uma plataforma para algo novo, uma nova possibilidade.



         Bali é um oásis hindu em meio à maior população muçulmana do mundo! (vide meu post Cingapura 6 sobre o Asia Civilizations Museum)
         Só para se ter uma idéia são 240.000.000 de habitantes (na Indonésia toda) aproximadamente. Logo, uma população maior que a brasileira em um território infinitamente menor.
         A Indonésia foi colônia holandesa na época do enorme poder da Companhia das Índias Orientais e também foi ocupada pelo Japão durante a 2ª Guerra Mundial, assim como quase todos os países do Sudeste Asiático.
         Em Bali, também se usa a mão inglesa, apesar de não ter sido ocupada por eles. Acho que pela proximidade de outros países de mão inglesa, a mesma acabou valendo por aqui também.
         Interessante que todos os países pelos quais passei nessa viagem até o momento adotam essa mão de direção (África do Sul, Cingapura e Indonésia). Acho bom olhar o mundo “ao contrário”! Melhor dizer sob outra perspectiva.
         Quanto à população indonésia, eles têm a pele bem morena, meio “índios” e os olhos levemente puxados. Ao contrário de outras ex-colônias holandesas, como a África do Sul e Curaçao (Caribe holandês), por aqui não se vêem homens louros enormes (como locais - como turistas, há)!
         Para entrar em Bali, usei meu passaporte português, que garante 30 dias de permanência (em Cingapura e na África do Sul, garante 90 dias de permanência sem visto – se tivesse usado o passaporte brasileiro, teria apenas 30 dias em Cingapura).
         Em Bali e na Indonésia em geral, o visto se adquire na chegada e custa US25 para 30 dias. Todo mundo ganha o visto, acho que acaba funcionando como uma maneira de arrecadar dinheiro. No cartão de imigração, está bem claro o destino dos traficantes de drogas: pena de morte. Por isso, é super importante embalar a sua mala antes do embarque, naqueles estandes de aeroporto, pois há casos em que colocam droga na bagagem de gente inocente. Pra servirem como “mulas”, é claro.
(veja o warning em vermelho)

         Assim como África do Sul e Cingapura, para entrar aqui em Bali também se exige a vacina da febre amarela para brasileiros. Mas, como entrei com meu passaporte europeu em todos esses países, até agora não precisei mostrar o certificado.
         Já é a 3ª vez em que vou trocar dinheiro (na África do Sul, usei o Rand e, em Cingapura, o dollar de lá) e, desta vez, a moeda é a rúpia da Indonésia (USD1 = a mais ou menos 8.400 rúpias).
         Dividi minha estadia em Bali em 2 partes: 5 dias na praia, em Uluwatu e 8 dias nas montanhas, em Ubud.
         Um casal amigo meu que já esteve em Bali me indicou um hotel ótimo em Uluwatu, em cima do penhasco, o Blue Point Villas. O hotel não é super luxuoso, mas é bem confortável e tem uma piscina com borda infinita, com uma vista do mar incrível!
(piscina do Blue Point Villas)

(Uluwatu Beach)

         Outro amigo meu, que é fotógrafo da National Geographic, me indicou uma dive shop aqui que reservou o hotel e organizou todos os meus transfers e mergulhos. É a Bali Air Diving, cujo símbolo é o sun fish ou mola-mola, um animal que se pode ver em Bali de julho a outubro e parece uma baleia. Infelizmente, eu não vi, pois vim em Maio.
         Em Ubud, optei por um hotel do grupo COMO resorts, o Uma Ubud, um dos hotéis mais FANTÁSTICOS em que já me hospedei na vida! De Ubud, vou falar mais tarde. Todo mundo já viu e/ou já leu “Comer, rezar, amar” e Ubud é onde se passa o final da estória. Aliás, a equipe do filme ficou no meu hotel.
(piscina do Uma Ubud)

(spa do Uma Ubud)
 
 
         Mas, voltando à minha chegada, Aris, o motorista da Bali Air Diving estava me esperando no aeroporto, que é bem “simplesinho”. Seu 2º nome é Aris. O 1º nome é Made porque ele é um segundo filho. Em Bali, não importa o sexo, todo 1º filho se chama Wayan, o 2º Made, o 3º Nyoman ou Komang e o 4º Ketut. Se a família partir pro 5º filho, será novamente Wayan e por aí vai. Então, para diferenciar alguém, tem que perguntar qual o 2º nome da pessoa. Se você gritar Ketut no meio da rua, a torcida do Flamengo vai responder.
  
         Ao chegar em Bali, dá para ter uma idéia do caos asiático. Ao contrário de Cingapura, aonde não se vê nenhuma bagunça no arborizado caminho para o aeroporto, a estrada a partir de Denpasar (a cidade aonde fica o aeroporto balinês) é cheia de motocicletas disputando espaço com carros, pessoas e animais. Também se vêem lojinhas e restaurantes meio “moquifos”. Na estrada a partir do aeroporto de Cape Town, na África do Sul, dá para ver a pobreza das townships, que aparecem espaçadas na estrada. Mas, não dá para ver como é dentro. A pobreza de Bali, por outro lado, é diferente. Em geral, é tudo muito estreito, com gente amontoada e noções de limpeza não muito ortodoxas. E milhões de motos, nunca vi tantas e com tantas pessoas em cima da mesma (muitas vezes 2 adultos e 2 crianças)! É que o trânsito é péssimo e de moto dá para se locomover melhor. Atualmente, inclusive, é mais barato comprá-las e há crédito.
(um pouco do caos)

(a moto do meio tinha 2 crianças e 2 adultos)

Faço questão de ressaltar que também tem muita beleza em Bali, sobretudo beleza acima do caos: nos templos, nas oferendas, nas roupas, na comida, nos arrozais e principalmente na natureza exuberante, que foi Deus quem fez!
Qualquer casa balinesa, por mais simples, tem sempre um mini-templo e altar para rezas, oferendas e casamentos. Os balineses casam em casa, vale dizer na casa da família do noivo. Para eles, é muito importante ter um filho homem, porque a filha mulher tem que viver com a família do marido após o casamento.

E normalmente eles casam cedo. A filha do meu motorista estava junto com ele no aeroporto e ficou apavorada quando soube que eu não sou casada.
(exemplo de casa balinesa)
 
 
Bali é conhecida como “ilha dos Deuses” (“island of Gods”). A espiritualidade deles é impressionante! Todo dia, eles preparam uma pequena oferenda para os deuses, feita de flores e com um apoio da folha da bananeira. Essas oferendas são vistas em todos os lugares, até mesmo dentro dos carros. Eles estão sempre agradecendo e pedindo proteção! Por causa dessa fé tão grande, acreditam que nunca nenhuma catástrofe de grandes proporções aconteceu em Bali. A Indonésia sofre com terremotos o tempo todo, mas normalmente próximo a Jakarta, apesar da falha tectônica passar bem perto de Bali. Em fins de 2004, um terremoto nesta região, conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, desencadeou a grande tsunami que devastou vários países asiáticos. Banda Aceh, no norte da Indonésia foi o local que mais sofreu. Mas, nada aconteceu em Bali.
(veja o detalhe da oferenda na piscina do Blue Point Villas)

 
 
Outra coisa que marcou a ilha foram dois atentados terroristas na região de Kuta, em que bombas explodiram dentro de boates. Os balineses acreditam que Kuta tem uma energia ruim, é muito cheio e caótico o tempo todo, por isso passei longe. Além disso, o local atrai muita gente super jovem estilo “mochileiro que não gosta de banho” atrás de bebida, droga e sexo fácil. Ouvi várias pessoas dizerem que os atentados são fruto dessa energia ruim e deveriam servir como alerta.
Toda essa devoção e um certo misticismo trazem uma “vibe” incomparável para a ilha! Eu vou tentar descrever com palavras, mas para entender Bali só mesmo estando aqui.
O hinduísmo praticado aqui é diferente do praticado na Índia, que eles acham radical, assim como aqui não há o rígido sistema de castas. Os templos têm todo um estilo próprio. E a vaca não é sagrada em Bali.

Os hindus acreditam que o mal e o bem coexistem para criar um certo equilíbrio no mundo, pois não daria para saber o que é o bem se o mal não existisse. Assim como o dia e a noite, o calor e o frio, etc.

Aliás, a única coisa que achei meio “baixo astral” é um ritual de sacrifício animal (rinha de galo) que é praticado em determinadas cerimônias. Passei na porta de um lugar com muitas pessoas em volta de uma roda e o motorista me disse que era isso que estava acontecendo. Ele notou o quanto eu fiquei chocada e disse que fazem só para propósitos religiosos, não é para crueldade. Mesmo assim, não entendo. Não combina com Bali, nem com todo o lado pacífico da religião. Da mesma forma, se Ganesha é um Deus importante e se materializa na figura do elefante, porque usam o elefante em parques para turistas? Óoooooooooooobvio que eu não fui. E porque tem tanto cachorro na rua? Me disseram que vários desses cachorros têm dono, mas passeiam livremente durante o dia. É bem verdade que vi vários com coleira. Mas, não sei não... Por outro lado, vi muita gente tratando bem seus bichinhos, como gatos e cachorros.
O povo balinês é um dos mais simpáticos e afetuosos que já conheci. Eles sempre te saúdam com as mãos unidas em triângulo e uma leve reverência de cabeça. Fiz questão de aprender, pelo menos, a dizer obrigada na língua balinesa (suksman) e de nada (mowali). Eles ficam tão felizes com isso!
A estória da Indonésia é um pouco triste porque o país foi oprimido pela ditadura da família Sudharto durante 30 anos e a corrupção levou o povo a mais extrema pobreza. Aliás, dentro do conceito de “responsible travel” que eu venho falando aqui no blog, vale dizer que não se deve ficar hospedado em nenhum hotel que pertença a essa família. Eles saíram do poder, mas são donos de muita coisa e continuam explorando as pessoas. Procure saber antes a quem pertence o seu hotel.
Dizem os balineses que o atual governo é melhor, mas ainda há muita corrupção. As pessoas são pobres, mas tenho a impressão que estão melhorando. Meio que como os pobres do Brasil, todo mundo tem um celular, crédito para comprar uma moto e por aí vai. Mas, as casas daqui são bem melhores que as favelas brasileiras. Pelo menos por fora. O que eu acho é que não há tratamento de esgoto. O lixo aqui também é um problema, tem muito lixo por toda a parte. Falta educação ambiental e cuidado do governo também. Os funcionários dos hotéis têm uma boa noção a respeito, mas acho que muita gente não tem. Durante os meus mergulhos, recolhi muito plástico do mar. Uma pena isso num lugar tão lindo...

19 de maio de 2011

Cingapura 7 - Orchard Road + shoppings + metro (MRT)

         Em Cingapura, o que não falta é shopping!
         Os principais são o Vivo (um pouco afastado da cidade), Raffles City, Suntec City, Marina Bay Sands, Chijmes e todos os da Orchard Road, uma rua enorme dedicada aos shoppings. Aí se encontra a japonesa Takashimaya, o Paragon, o Orchard Plaza e muitos outros. O visual é meio futurista e a rua vive lotada dia e noite.


         Dá uma impressão de se estar num lugar muito moderno mesmo!
         O metrô (MRT) é super eficiente e tem várias linhas, sendo que a estação Orchard Rd sai direto dentro do shopping. Eles pensam em tudo!
         O acesso ao trem é feito através de uma porta. A estação é toda vedada, Não existe “gap” entre a plataforma e os trilhos. Deve ser pra ninguém se jogar... Se um chiclete foi capaz de paralisar os trens, imagina um corpo... Dizem que tem muito suicídio em linha de metrô no mundo todo, mas ninguém divulga pra não dar idéia... Enfim...

         Outra idéia legal é o sistema de bilhetes. Você compra numa máquina e paga de acordo com o destino escolhido, em seguida recebe um cartão plástico, igualzinho ao de qualquer outra pessoa. A princípio, fiquei um pouco intrigada, achando que desse modo eles gastariam plástico demais e seria caro. Mas, logo em seguida entendi. Se você retorna o cartão plástico para a máquina depois do uso, a máquina te devolve 1 dollar de Cingapura (USD1 = a mais ou menos SGD1,26). Então, óbvio que as pessoas retornam. Daí, a máquina recicla o plástico e eles não precisam gastar papel fazendo bilhetes individuais.

         Voltando aos shoppings, dentro deles também funcionam vários restaurantes. Tem um chinês bem famoso, o Din Tai Fung, aonde se pode experimentar os “dumplings”.

         Fui lá com os meus amigos e, nesse dia, quando voltávamos para o meu hotel, vimos uma COBRA ENORME, em plena Mount Elizabeth, ao lado da Orchard Road!!! Chamamos os bombeiros!

         Qual a conclusão? Mesmo num lugar hiper tecnológico e moderno como Cingapura, ainda somos invasores de um ambiente natural que não pertence somente aos humanos.

Cingapura 6 – a nação do Feng Shui – CBD + Marina Bay Sands + Asia Civilizations Museum

         Cingapura é uma cidade-estado-país em obras. Pode-se ver canteiros por toda a parte. Tudo está em constante transformação e ascensão.


         Tudo aqui é pensado a partir dos ensinamentos do feng shui para atrair sorte e fortuna.
         Um dos maiores shoppings aqui fica no coração do centro financeiro e se chama Suntec City. Lá se localiza a maior fonte do mundo, “Fountain of Wealth” ou fonte da fortuna.

         Dentro do complexo Suntec, há milhões de escritórios, lojas e restaurantes, quase todos com o manekineko na porta, o gatinho que atrai dinheiro.

         Todos os demais prédios do CBD também são ultra-modernos. Achei interessante o prédio novo que construíram para a Suprema Côrte, logo atrás do prédio antigo, que fica no “padang”, um gramadão de frente para o Singapore River. Esse prédio novo é em formato de disco voador, com vistas a passar para o público uma noção de modernidade e transparência do poder judiciário. Eu que adoro os e.t.’s e suas naves, amei a idéia. É bom pensar que a Justiça é mesmo melhor em outro planeta.
         Num passeio de barco anfíbio (Duck tour) que parte de Suntec City ou da roda gigante (Singapore Flyer), dá para ver a maioria dos prédios modernos de outra perspectiva. Aliás, a roda gira no sentido do centro financeiro, para que o dinheiro continue sempre a entrar.

(tem tipo um museu informativo antes de se entrar na roda propriamente dita - este globo em destaque mostra vistas da Terra de outra perspectiva - eu adoro balões!)

         O mais legal deles é o Marina Bay Sands, um complexo que envolve um hotel, um shopping e um cassino. São três torres gêmeas (ops) com uma plataforma em cima que mais parece um barco. Lá em cima é o Sky park, aonde fica a piscina e o restaurante Ku De Ta, que eu já mencionei no post Cingapura 2.


         Em cima do cassino, tem uma espécie de flor aberta (onde também funciona um museu de ciências), que muitos acham que é uma mão que segura o dinheiro, para que ele fique no cassino. Logo, quais as chances de ganhar aqui??? Eu que já não jogo mesmo, aqui então, me recusei... Há um outro dado interessante, que é o seguinte: estrangeiro não paga para entrar, mas cidadão de Cingapura paga uns US100 eu acho. Isso porque eles querem que somente o estrangeiro perca dinheiro, não os locais. Então, mais uma vez, quais as chances de ganhar aqui???

(o shopping do complexo Marina Bay Sands)

(e o hotel)

         Todas as construções envolvem mil e um números previamente calculados para atrair sorte numerológica (ex. – número de trabalhadores, número de vigas de aço, altura, peso, etc.).
         Quem não acredita em feng shui e numerologia devia visitar Cingapura, pois aqui deu certo. Eles são prósperos!
         Do outro lado do rio (em frente ao Marina Bay Sands), fica o Merlion, uma mistura de sereia (mermaid) com leão (lion). Como eu já expliquei antes, Cingapura significa cidade do leão e já foi Temasek, cidade marinha. O Merlion é um mix dos dois.

         Em frente a ele, fica o hotel Furlleton, que eu achei lindo e ao qual me referi também no post Cingapura 2.

(atrás da ponte, há duas construções arredondadas, que simbolizam os durians, que são frutas não muito bem vistas por aqui por terem um cheiro muito forte - há quem diga também que foram inspiradas em microfones)
         Na mesma área, pode-se visitar o Boat Quay e ainda o Asia Civilizations Museum. No dia em que eu lá estive, estava havendo uma espécie de festival comemorativo, então o museu montou um telão de cinema do lado de fora para uma “Movie Night”. Bem interessante a idéia! O filme era infantil, o que atraiu várias famílias com crianças.

(as duas fotos acima são do Boat Quay)


(olha só o telão para a sessão de cinema)
         O museu é lindo e faz um “briefing” sobre a Ásia e todos os povos que aqui habitam.
         Logo no começo da exposição, o foco é o Singapore River, onde se aprende a importância deste rio para a economia de Cingapura. Suas características e localização foram importantíssimas no sentido de transformar Cingapura num porto estratégico e movimentado.  
Todas as civilizações sempre dependeram e ainda dependem muito da água, da proximidade do mar e dos rios. Infelizmente, a humanidade não trata a água com o respeito que deveria. O Singapore River, assim como muitos outros mundo afora, se tornou uma montanha de lixo e poluição.      
         Felizmente, em 1977, um projeto governamental despoluiu o rio e removeu comércio e residências das suas margens. O legal é que isso ocorreu com rapidez sem aquela “lenga lenga” judicial, visando ao interesse público. Como já falei, o coletivo aqui é muito mais forte que o individual. Por isso, o país funciona.
         Ao longo do rio, pode-se ver vários avisos sobre a sua importância e pedindo que as pessoas não joguem lixo. Também encontra-se em construção a primeira reserva de água de Cingapura, pois atualmente toda a água potável vem da Malásia. Como há escassez, as pessoas valorizam.
(leia a placa)
         Também se aprende um pouco sobre o hinduísmo e o budismo e sua origem comum (vide meu post sobre Chinatown). Em seguida, fala-se do avanço do Islã em várias partes da Ásia, inclusive na Indonésia (previamente o reino javanês era hindu-budista), tendo Bali permanecido como um oásis hindu em meio à maior população muçulmana do mundo.

         Interessante notar que todas as religiões possuem pontos em comum e principalmente norteiam-se pela fé em Deus. O que muda são somente os rituais e crenças específicas, sendo totalmente estúpidas as guerras de religião. Até mesmo a religião muçulmana, olhada com muito preconceito, é pacífica, sendo a “jihad” uma luta do muçulmano contra seus próprios demônios/defeitos a caminho da evolução espiritual. Infelizmente, o radicalismo islâmico de alguns e a interpretação distorcida do alcorão traz tanta violência para o mundo.
         Há uma parte muito legal também que fala das práticas comuns ao hinduísmo, jainismo e budismo; tais como a yoga, a meditação, o jejum e o desapego; bem como a crença na reencarnação e no karma.
         Interessante notar como a ayurveda (medicina tradicional hindu), bem como as práticas da yoga, meditação e pranayama (técnicas de respiração) foram suplantadas pela medicina ocidental, mas agora estão voltando fortes como fonte de bem estar num mundo tão louco e atribulado como o nosso.