Galápagos

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27 de abril de 2011

África do Sul 5 – Port Elizabeth e seus safáris

     

                        Um dos motivos de ter vindo para a África do Sul, como já disse, foi a natureza e os animais daqui. Sempre sonhei em fazer um safári para vê-los em seu habitat natural. Por esta razão, sempre detestei circo, principalmente porque antigamente (hoje isso é proibido na maior parte dos estados brasileiros) os circos utilizavam animais, principalmente o leão. Isso é uma violência tão grande que não dá nem para descrever. Todo mundo que coloca um animal numa jaula, deveria passar um dia preso para ver como é. Quem prende passarinho então, um animal que Deus fez com asas para voar, eu não entendo de jeito nenhum. Por que será que o ser humano tem tanta necessidade de aprisionar a beleza e coletar coisas, não se satisfazendo em simplesmente contemplar??? Os animais não têm nenhuma maldade, eles só querem sobreviver e só caçam para se alimentar.
                   Normalmente, todo mundo que vem pra cá, faz safári no Kruger Park, perto de Hoedspruit e Nelspruit. A época boa de ir para lá é no inverno, de junho a setembro. Por esse motivo e pelo risco de malária, optei pelo outro local de safáris daqui, o Addo Elephant Park (melhor na época em que eu vim, abril), perto de Port Elizabeth. Dizem que o risco é muito pequeno, mas resolvi não corrê-lo, porque não queria tomar os medicamentos anti-malária (ex. Malaron) por terem muitos efeitos colaterais (malária não tem vacina).
                   Toda a área do Addo Elephant Park é “malaria free” e é enorme, 200.000 hectares. É protegida por um administrador que sobrevoa o parque periodicamente e também possui patrulhas terrestres para se certificar que nenhum caçador está invadindo a região.
                   Para se chegar lá, é necessário voar até Port Elizabeth (de Cape Town, é um vôo de 1 hora e pouco) com a SAA. Os aviões são menores, então deixei minha bagagem maior no hotel de Cape Town, para o qual eu retornaria no último dia antes do vôo para Cingapura.

                   Port Elizabeth, conhecida por aqui como P.E., é uma cidade de praia e surf, inclusive é o aeroporto mais próximo de Jeffrey’s Bay, local de ondas tubulares perfeitas que duram quase 1km e palco da disputa to WCT de surf. Também achei tudo por aqui muito limpo e organizado. Dizem que usam muita mão de obra desempregada para efetuar a limpeza da cidade.
                   Fiquei uma noite hospedada num hotel também muito novo, da rede Radisson Blu e bem de frente para a Hobie Beach e o Boardwalk, o calçadão daqui. O hotel é lindo e tem um café-da-manhã ótimo!



                   Dei muita sorte porque estava havendo um festival de páscoa, com vários eventos esportivos na praia e um mercado ao ar livre, de novo achei muito parecido com as cidades praianas da Great Ocean Road australiana. Foi bem legal observar as famílias fazendo picknick na praia, outros passeando com os cães, enfim um programa bem “local”, nem um pouco turístico.




                   Sentei para almoçar numa dessas mesas coletivas no boardwalk e um casal daqui pediu licença para sentar também e, então, perguntaram de onde eu era e acabamos conversando. Eles são louros muito louros, de olhos claros, parecendo holandeses mesmo. Me contaram que a taxa de desemprego aqui é altíssima e o problema de moradia ainda é muito sério. É que o turista não vê a pobreza, porque a maior parte das “townships” é fora das cidades. O governo vem pouco a pouco transferindo essas pessoas para as “locations”, espécie de conjuntos habitacionais com casinhas pré-fabricadas e melhorando a condição das “townships” com escolas e serviços. Mas, essas "locations" também têm problemas, porque o governo entrega as casas incompletas (sem sistema de esgoto p.ex.). Isso quem me contou foi um dos garçons do Gorah Elephant Camp.
                   Todo mundo aqui é bem simpático, não consigo sentar 5 minutos num lugar sem alguém vir falar comigo!
                   Depois de passear no boardwalk, voltei para o hotel para aguardar meu tour para o 1º safári que faria. Depois de muito pesquisar no trip advisor, cheguei à conclusão de quais seriam os melhores desta região: Schotia, Gorah e Shamwari, todos reservas privadas, que recebem concessões do Estado. Todos estes são experiências reais, isto é, em todos estas áreas, os animais são “free roaming”, estão em seu habitat natural. Tem lugares que anunciam ser verdadeiros safáris, mas na verdade são zoológicos maiores, porque separam os animais por cercas, sobretudo os leões, que estão no topo da cadeia alimentar da selva africana.
                   Esta área é uma experiência bem sucedida de correção de erros passados, já que os animais existentes aqui praticamente desapareceram na época da colonização, mortos pelos europeus por esporte ou simplesmente para que não matassem o gado nos pastos. Hoje é um exemplo de conservação com reintrodução de espécies outrora nativas, que vêm se reproduzindo e fazendo crescer suas respectivas populações.

                   Então, neste 1º dia, fiz um tour de meio dia com o Schotia (situado a cerca de 45 minutos de Port Elizabeth), um “tooth and claw safari”. Essa reserva é fora do Addo Elephant Park, por isso não tem elefantes, nem hipopótamos, nem rinocerontes pretos. Mas, em compensação, tem os rinocerontes brancos e as girafas, inexistentes no Addo. Por isso, optei por 2 safáris diferentes.


(estes logo acima são os rinocerontes brancos)
                   O safári do Schotia não é uma experiência de luxo como a dos demais, mas para ver os animais é perfeito. Como é uma reserva menor, a chance de avistá-los aumenta. Eu só não dormiria aqui.
                   O nome da reserva é este em virtude de uma árvore muito comum na região.
                   O jeep do safári tem uma cadeirinha na frente, do lado de fora do veículo para quem quiser se aventurar. Não preciso dizer que é lá que eu fui, só tive que entrar no carro quando nos aproximamos dos leões. Tinha umas crianças no jeep do lado, que ficaram me olhando apavoradas enquanto eu dava risada! Mas, no final, deu tudo certo.


(estes acima são os gnus)


                   Aqui vi kudus, gnus, todo tipo de antílopes, leões, girafas, zebras, crocodilos, pássaros; porcos e cachorros selvagens; e rinocerontes brancos. Estes estão praticamente extintos, porque são mortos em virtude do chifre que os asiáticos acreditam ser afrodisíaco. Um absurdo! E dizem que nem funciona! Não sei qual é o problema dos asiáticos com os afrodisíacos, pois, por este motivo, estão levando à extinção vários animais como o rinoceronte branco (pelo chifre) e os tubarões (pelas barbatanas). Acho que eles não pensam, acreditam em tudo que ouvem e, como são um mercado muito grande, acabam por esgotar as fontes naturais. Tenho muito medo da China se tornar a nova potência mundial porque é um país fechado, sem o menor respeito pela natureza e com hábitos de consumo predatórios.

                   Fiquei totalmente maravilhada com os bichinhos que eu vi!
                   Uma das coisas mais impressionantes foi ver os leões, que tinham acabado de matar uma presa e ainda estavam se alimentando, com as patas nitidamente sujas de sangue. Dá pena do animal que morreu, mas pelo menos isso aconteceu naturalmente dentro da cadeia alimentar, seguindo o curso da natureza.
                   Ao fim do “game drive”, como é chamado o safári fotográfico, retornamos para um lodge onde é servido o jantar em volta de uma fogueira. A maioria dos visitantes é europeu ou americano e fica todo mundo conversando sobre o que viu. Tem muitas famílias de ingleses, que ao invés de levar os filhos pra Disney pra sofrerem lavagem cerebral consumista, trazem para uma experiência muito mais real e inesquecível. É o que faria se tivesse filhos. Vale lembrar que crianças muito pequenas não são aceitas no safári 





                   Após o jantar, o guia leva de volta a Port Elizabeth as pessoas que não vão pernoitar no lodge, como foi o meu caso.

12 comentários:

  1. Adorei o Safari! Quero muito fazer tb! Beijo, Lulu

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  2. Lulu, você vai adorar mesmo! O leão dormindo não parece nosso pluminha? bjs

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  3. Ei Vivi!
    Por que você disse que não dormiria em Schotia?
    Estou indo à África do Sul no início do ano que vem e estou anotando suas dicas. Como você planejou essa viagem a Porto Elizabeth? Sozinha ou por agência? Você se lembra mais ou menos dos preços?
    Desculpe-me pela chuva de perguntas e muito obrigada!
    Fernanda

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  4. Oi Fernanda!
    Não dormiria lá porque achei as acomodações muito simples e queria ter uma experiência de safári com mais conforto, além disto é uma reserva menor.
    Planejei a volta ao mundo toda sozinha mesmo, fora a passagem RTW que me levou à Cape Town, comprei o trecho para Port Elizabeth por fora, através do site da South African Airways. Que preços você quer saber? Passagem, hospedagem ou o safári em si? Um abraço, Viviane

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  5. Ei Vivi!
    Eu gostaria de saber quanto você pagou pelo Safari no Addo. Não acho nenhuma informação sobre safaris nesse parque, somente no Kruger...

    Muito obrigada novamente,
    Fernanda

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  6. Fernanda,
    Pelo safári no Schotia paguei tipo uns US100 eu acho, um passeio de meio dia com pick up em Port Elizabeth e jantar. O preço do Gorah coloquei no outro post. Para marcar com qualquer um deles, pode ver pelo site deles diretamente mesmo. Ou pode ver com o Colin no email webmaster@nmbtours.com Ele é um inglês que fez o meu translado para o Gorah, achei ele através do Trip Advisor e ele tem uns preços muito bons e também vende safári. Acho que o Kruger também deve ser legal, mas me interessei mais pelo Addo, que tem a vantagem de ser uma área "malaria free". Além disso, Port Elizabeth é ao lado de J Bay (Jeffrey's Bay), o maior pico de surf da África do Sul. Boa sorte!!!

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  7. Oi Vivi, tudo bem? Então.. estou com algumas dúvidas em relação ao Addo! Posso te mandar um email? Estou indo pra África do Sul mês que vem! :)
    Obrigada! Elisa

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  8. Oi Vivi, vc falou que os safaris´nao permitem crianças, eu tenho um filho de 3 anos,vc sabe se esta idade é permitido no Addo ??? estou com dificuldades em encontrar safaris que ele possa ir...

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  9. Desculpe Elisa, fiquei muito tempo sem acessar o blog por problemas de trabalho, já que meu blog é um hobby. Mil desculpas mesmo! Vc já foi??? Se quiser, posta aqui suas dúvidas, que vou acessar o blog com mais frequencia a partir de agora, ok? um abraço! Vivi

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  10. "Sitio dos Amigos", os safaris permitem crianças sim! Eu falei em algum post que não permitem? Pode levar seu filho sem problemas, vi algumas crianças lá, mas um pouco maiores, tipo de 7 anos. Se ele não se assustar, tudo bem. As reservas não restringem o acesso não. Agora, tem alguns hotéis que não aceitam crianças por serem hotéis com atmosfera um pouco mais relax, mais silenciosa. Esse safári Schotia aceita crianças com certeza. Desculpe a demora pela resposta, ok? Um abraço, Vivi

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  11. Vivi, você acha que os safaris de Port Elizabeth valem mais do os do Kruger? Outra pergunta, Port elizabeth é menos perigosa que Joannesburg?
    Obrigada. Carla

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    1. Oi Carla, desculpe pela demora em responder... Nunca fui ao Kruger, mas escolhi Port Elizabeth por ser uma zona malária free e pela época do ano. O clima era melhor quando eu fui (Abril). Quando você pretende ir? O Addo Elephant Park, que fica nessa área é bem completo, tão completo quanto o Kruger. Quanto à outra pergunta, Port Elizabeth é bem menos perigosa que Johannesburg, não tem nem comparação. Aliás, não vi nenhum perigo em PA. Espero ter ajudado! Vivi

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